terça-feira, 24 de abril de 2012

Encenação da última pena de morte no Brasil acontece próximo sábado em Pilar


A Encenação da última Pena de Morte no Brasil virou tradição na cidade de Pilar. Há doze anos os últimos momentos vivenciados pelo escravo Francisco,assim como sua execução em 28 de abril de 1876, após ter sido condenado à pena de morte no ano 1874, são revividos pela população pilarense, que acompanha de perto o trabalho da equipe envolvida no espetáculo teatral. O evento, que recebe o apoio da Prefeitura Municipal de Pilar, entrou para o calendário do município como um dos mais esperados pelos cidadãos e já atrai alagoanos de todas as partes por causa da importância histórica.

Como de costume, no próximo dia 28 de abril, a partir das 10h, um grupo de 50 atores dará vida aos personagens marcantes da época; este ano a atração também conta com a presença do ator Erom Cordeiro, conhecido por papéis de destaque na Rede Globo - atualmente ele interpreta o peão Tobias na novela Amor Eterno Amor - exibida às 18h. Na encenação, o ator viverá o escrivão do júri responsável pela leitura da sentença que condena Francisco à forca. “Escolhemos Erom por causa de suas raízes em Alagoas. Achamos importante contemplar a nossa terra”, explicou um dos diretores do evento, Sérgio Moraes.

Para lembrar o fim das condenações à pena de morte no Brasil, antes da encenação, será realizada uma missa na Igreja Nossa Senhora do Rosário, localizada no bairro Engenho velho. O lugar foi escolhido por ser um dos cenários da história; foi lá que o escravo Francisco rezou pela última vez antes de ser enforcado. Após o final da missa, atores e público seguem em peregrinação pelas principais ruas do município, até chegarem ao Sítio Bonga, local onde há 136 anos ocorreu o enforcamento.

História
O escravo Francisco foi condenado à pena de morte após ser acusado de participação no assassinato de seus ex-patrões, os donos do Hotel Central, João Evangelista de Lima e Josepha Marta de Lima. Além de Francisco, os escravos Prudêncio e Vicente também foram apontados no crime.

Após um confronto com a polícia, Prudêncio acabou falecendo, já Francisco e Vicente foram capturados e, respectivamente, condenados à forca e prisão perpétua. O imperador Dom Pedro II negou o pedido de graça a Francisco, e o escravo foi enforcado no sítio Bonga, em Pilar. Contudo, com a Proclamação da República e a edição do Código Penal de 1890, o imperador determinou que aquela fosse a última pena de morte decretada no País. Dom Pedro II não se pronunciou a respeito do escravo Vicente, que morreu na cadeia.

Fonte: Tribuna uniao

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