A população do município de Santana do Mundaú está há cerca de um mês sem assistência básica à saúde. A greve das equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) deixou a população sem médicos, enfermeiros e até dentistas, o que tem contribuindo para que a situação se transforme num caos, segundo lamentou a secretária de Saúde do município, Márcia Melo.
No posto de saúde da cidade, pacientes com as mais diferentes patologias, esperam, em vão, por algum atendimento. “Infelizmente, desde que a greve dos médicos do PSF começou, nossa situação ficou um lamento só. Não tem médicos, enfermeiros e nem assistentes de enfermagem para atender à população. O que vejo diariamente são pessoas voltando para casa, aos prantos, porque já não sabem o que fazer”, lamentou Márcia Melo.
Ela explica que, desde as enchentes do ano passado, muitas pessoas ficaram acometidas por doenças. Sem ainda terem moradia certa, muitos flagelados permanecem na casa de parentes e a aglomeração de pessoas facilita o contágio de doenças. “É o caos. Muitas pessoas coabitam no mesmo espaço, e as vezes sem condições ideais de higiene. Sem a assistência médica, estamos à beira de um colapso”, alertou a secretária.
Em reunião com a Associação dos Municípios Alagoanos, a secretária levou o problema para ser discutido, mas em nada resultou. “O que ouvi na AMA é que os médicos e enfermeiros estão reivindicando melhores salários, por isso estão parados. Não vejo problema na reivindicação deles. Mas o que não pode é deixarem a população totalmente desassistida. Enquanto eles protestam por melhores condições, as pessoas estão sem atendimento”, lamentou.
Márcia Melo vai, ainda nesta segunda-feira (7), pleitear a intervenção da Secretaria do Estado da Saúde no atendimento à população de Santana do Mundaú. “Quero que a Sesau me ajude, que envie médicos para assistir estas pessoas”, falou.
Entretanto, o superintendente de Atenção à Saúde, Sival Clemente, já adiantou à reportagem do Tudo na Hora que a Sesau nada pode a fazer para solucionar o problema de Santana do Mundaú, já que a responsabilidade com a Atenção Básica à Saúde é exclusiva dos municípios. “Infelizmente temos 100 cidades nesta mesma situação. A secretaria não tem como disponibilizar médicos para todos elas. Cada secretaria municipal recebe verbas para tratar da Atenção Básica à Saúde. À Sesau cabe apenas a fiscalização e capacitação das equipes. Não temos condições para mais do que isso”, explicou.
Fonte: Tudo Na hora - 07/11/2011
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