segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Médicos do PSF param hoje em Alagoas

Mais de 600 médicos do Programa de Saúde da Família (PSF) param suas atividades nesta segunda-feira, a partir das 7h30, no interior do estado. A greve por tempo indeterminado vem reforçar as reivindicações por reajuste salarial compatível com a jornada de 40 horas semanais exigida por lei. Conforme decisão da categoria, será mantido o funcionamento de 30% das atividades. Apenas Maceió fica de fora da paralização.

A greve foi deliberada na última quarta-feira (28), em assembleia realizada no Sindicato dos Médicos de Alagoas, após três horas de discussão. A paralisação abrange 54 municípios da regional metropolitana, assim como os profissionais da regional do Agreste e do Sertão, que inclui mais 47 cidades. O Sindicato confirma que Maceió não entra na greve, pois o município está honrando os acordos firmados, segundo a categoria. A capital alagoana já implantou um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) da categoria, de acordo com a entidade.

Os médicos reivindicam um Plano de Cargos e Carreira (PCC), melhores condições de trabalho e o piso salarial estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão, os médicos querem receber um salário que se equipare às 40 horas semanais exigidas pela legislação. “Assim que o PSF foi lançado, um médico ganhava 30 salários mínimos. Hoje o salário está na média de R$ 5 mil”, disse.

A discussão ocorre por conta de uma determinação do Ministério Público Federal (MPF) que determinou que os médicos cumprissem as 40 horas semanais, o que não está acontecendo. O Sindicato alega que, para os médicos cumprirem a carga horária, os municípios devem pagar o valor equivalente.

“De acordo com a Federação, para cada 20 horas semanais, o médico deve ganhar R$ 9 mil, já para 40 horas esse valor sobe para R$ 18 mil”, afirma Wellington Galvão. “Se os municípios quiserem ter médicos, terão que melhorar as condições de salário”, acrescentou. Caso as negociações não avancem para um acordo que assegure um salário considerado pelos médicos como compatível com as 40 horas semanais de trabalho, os profissionais asseguram que pedirão demissão.

Segundo o diretor da Associação de Medicina Familiar e Comunidade, Iberon Medeiros, os médicos não cumpriam a carga horária porque trabalhavam em outros estados. “Tem município pagando R$ 3 mil, por isso muitos migram para outros estados. Então, eles começaram a flexibilizar a carga horária porque em Alagoas há uma defasagem salarial há vários anos”, disse.

Fonte: tudo na Hora - 03/10/2011

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